De Freud à Hellinger
Eu sempre torci o nariz ao Freud.
Reconheço seus grandes feitos para a Psicologia, mas nunca engoli aquela tendência de colocar a culpa nos pais, afinal essa sempre foi minha sensação com a Psicanálise: anos de terapia para descobrir algum culpado de algo e, quase sempre, os pais (tudo bem, eu posso estar exagerando).
Escolhi a Gestalt como minha abordagem principal exatamente pelo enfoque no aqui-agora, na visão holística do homem e no auto suporte.
Da Gestalt, percorri pelo Coaching que me trouxe uma forma mais estruturada de me movimentar em direção aos meus objetivos, pela PNL que me ajudou muito a trabalhar com ressignificação de crenças, pelo Eneagrama que me trouxe e traz também essa visão holística do homem, ajudando-me a entender padrões e filtros da personalidade e trilhar caminhos de crescimento nessa jornada de sombra e luz, e, paralelo ao Eneagrama, o trabalho profundo de resgate da Criança Interior – que, para mim, foi a experiência mais transcendental que já tive e me trouxe o real sentido da responsabilização por nós mesmos e do reencontro com a essência divina que nos habita.
E chego agora às Constelações Familiares de Bert Hellinger.
O mais curioso é que me vejo de volta ao começo, quem sabe fechando uma Gestalt, mas numa oitava acima. E com ainda mais certeza das minhas objeções a Freud: se para ele (na minha visão), a culpa é dos pais, para Bert Hellinger, enquanto não honrarmos nossos pais apenas pelo fato deles terem nos dado a vida e, mais do que aceitando tudo o que eles nos deram, concordando com isso, não há vida que flua.
Todos os caminhos foram e são importantes para mim. De alguns, eu já me despedi, de outros eu ainda levo as fotos na bagagem. Outros ainda são transformados quando se cruzam, como em uma bifurcação de vias que nos dão uma nova paisagem.
“Para alcançar o conhecimento, acrescente coisas todos os dias. Para alcançar a sabedoria, remova coisas todos os dias.”
(Lao-Tsé)
Sinto-me encerrando um ciclo de aprendizagem. Um ciclo que traz em si novas dúvidas e algumas poucas certezas:
- Gratidão à intuição que me leva aos caminhos certos, na hora certa.
- Não há nada pronto, mas a construção constante de algo dentro de mim.
- Nenhuma teoria ou técnica está à frente ou acima de um trabalho terapêutico, elas são apenas e tão simplesmente “panos de fundo”.
- Não importam os caminhos, todos nos levarão ao mesmo lugar – desde que sejam trilhados com e por amor.
Amor e Luz,
Tatiane Guedes