O que é auto investigação?
❝Para o ego, a auto investigação é como ser ensopado em ácido sulfúrico. Quando você analisa persistentemente e genuinamente o sentido de “eu” à luz da auto investigação, as coisas não podem continuar a viver no escuro. À medida que a Verdade se revela, o falso irá simplesmente se dissolver.❞
Mooji
Quando falamos de auto investigação, podemos transitar em duas ordens de realidade: na esfera relativa do autoconhecimento que investiga os “eus” psicológicos, e na esfera absoluta do autoconhecimento fundamental, ou seja, o reconhecimento do que Somos essencialmente.
Autoconhecimento sob a ordem de realidade relativa
Vamos considerar essa ordem de realidade aparente: o mundo das formas, eu e você como um corpo operado por uma mente que tem seus condicionamentos e padrões. Podemos até mesmo dizer que é este corpo-mente que percebe o mundo através dos 5 sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar.
O que seria o autoconhecimento ou o processo de auto investigação sob essa ordem de realidade?
Nesta “plataforma” de percepção, estamos falando sobre investigar os mecanismos psicológicos que atuam no corpo-mente, como por exemplo, registros e tendências que trazemos da infância – sejam eles como reflexos de traumas, ou como influência de nossa cultura e ancestralidade. É aqui que a maioria dos trabalhos terapêuticos atuam: iluminando esses padrões, e ampliando a percepção sobre como essas tendências influenciam o processo de significar a vida e interagir com o meio.
Nesta ordem de realidade a investigação está focada, portanto, em reconhecer, integrar e dissolver essas in-forma-ações (registros, memórias, significados, lágrimas congeladas, dores cristalizadas, etc). E seguindo a abordagem que temos usado aqui na Spontaneum, há uma premissa fundamental que sustenta esse trabalho inicial:
O autoconhecimento nesta ordem de realidade não é uma busca de aprimoramento, melhoramento, ou de “despertar a sua melhor versão”, mas, sim, de dissolução de in-forma-ações geradoras de sofrimento e ilusão.
Partimos, portanto, de uma premissa fundamental: você já é perfeito, pois essencialmente Você é a Perfeição, o Amor-Fonte, a Pura Presença, Consciência.
Autoconhecimento sob uma ordem de realidade absoluta
À medida que vamos “sutilizando” este corpo-mente até então identificado e condicionado pelas ilusões de ser alguém separado, sofredor, realizador e buscador, uma investigação mais simples e profunda se torna possível: Quem Sou Eu Realmente?
Será que sou este corpo-mente dotado de consciência, ou ele é percebido por mim? Será que sou um conjunto de padrões que testes de personalidade e mapas astrológicos tentam decifrar, ou essas tendências são percebidas por mim? O que é este “mim” que percebe e está sempre presente, consciente das emoções e pensamentos que chamo de “minhas”?
Será, então, que o que fundamentalmente Sou é Isso? Essa presença autoconsciente; essa pura percepção; essa observação neutra, sempre aqui e sempre agora?
É disso que Ramana Maharshi (1879-1950) dizia quando ele apontava para o processo de auto inquirição ou auto investigação. Segundo ele, a autorrealização é fruto de um questionamento contínuo e sincero: “Quem Sou Eu?”.
Quem Sou Eu?
Quem vê quando eu vejo?
Quem ouve quando eu ouço?
Quem assiste os sonhos?
Quem olha para a imagem no espelho?
Quem é este que está tendo todas essas experiências?
Quem Sou Eu?
A resposta é tão simples e óbvia, e por assim ser, não a notamos. Buscamos o despertar ou a iluminação como se isso fosse algo místico ou um evento com fogos de artifício, mas é bem mais simples. A resposta para essas perguntas é “Eu”. Mas, não o “pensamento eu” que estava até então se terapeutizando e buscando se melhorar ou se iluminar. Não um “eu” que acredita ser um corpo-mente condensado de in-forma-ações. Não um “eu” que teorias de personalidade mapeiam e buscam formas de aprimorá-lo. Mas, sim, o Eu que testemunha tudo isso. O Eu que observa e que não está separado da experiência observada. O Eu que é tudo, que é percepção sempre presente.
Eu Sou.
Você é Isso. Eu sou isso. Somos Consciência experimentando-se como Consciência aqui e agora. E este reconhecimento último não nega a realidade aparente, não luta contra as emoções e os padrões de personalidade. Ao contrário, esse reconhecimento se torna uma chama sempre acessa, um fogo que arde no coração e exala amor por tudo e todos, a começar pelo próprio “pensamento eu”.
Investigue.
Quem é você?
PS.: Se a leitura te deixou confuso, sugiro assistir a este vídeo. Nele também falo sobre o autoconhecimento sob duas ordens de realidade.
Com amor,
Tatiane Guedes ༄ Sathya Ma
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A [Des] Formação Spontaneum, como o nome sutilmente já revela, é um convite para irmos além das formas. Além das formas-pensamento, e das formas-emoções. Além das in-forma-ações, e da ideia de sermos apenas um corpo-forma separado e limitado. Um programa com mais de 120h de carga horária, contemplando módulos online e um retiro de imersão de 7 dias.
Um convite para o reconhecimento do que realmente Somos: a Consciência não-dual, sem forma, sem nome e sem atributos, sempre presente e que a tudo ilumina.
“Autorrealização é um processo de dissolução da ideia de um eu limitado e separado, e, ao mesmo tempo, a iluminação do conhecimento que revela a Verdade essencial: Você é o Ser. O Ser é tudo o que há.”
— Tatiane Guedes