Mergulhar na liberdade como essência do amor é inevitável
Eu sugiro que não olhe para o amor como uma técnica, ou como algo a ser alcançado em alguém. E muito menos como alguma prática específica que te leve a um determinado fim.
Tente ao máximo não projetar a origem do amor para alguém ou para algum objetivo.
Sugiro que nunca olhe o amor como uma busca. Por mais nobre que seja essa busca, nunca o veja como algo a ser alcançado.
Olhe para o amor como uma realidade já presente, onde a revelação plena desse amor, se realize através do reconhecimento dessa presença, sendo aquilo que você é.
E a partir disso, que você se relacione com as pessoas sem procurar nada nelas. Por que se você é todo o amor que pode sentir, sua expressão é de doação e não de procura.
O reconhecer conduz o seu olhar para dentro! Dentro, no sentido da percepção de si, como a origem de tudo que pode ser experimentado. Todo o amor que você pode sentir nasce em você, e é auto nutrido.
Se abrir para o amor é permitir o florescimento daquilo que você é em essência, e assim, perceber que sua forma de ver a vida modula sua forma de sentir a vida.
Se você quer um ponto de partida reflexivo, eu sugiro que olhe para as batidas do seu coração, e perceba que você não tem controle algum sobre elas. Existem várias outras coisas que você como personalidade não tem controle, mas agora eu quero que você olhe só para essa.
Veja que as batidas do seu coração são espontâneas. O funcionamento básico do coração não está sobre seu controle, você não controla suas batidas. Mas, mesmo não sendo possível controlar as batidas do coração, é possível senti-las, e perceber que os pensamentos geram emoções que alteram seu ritmo cardíaco. Aqui sim, você assume um papel interativo nesse mover impessoal.
Assim é o caminho do amor!
O amor na perspectiva mais pura que conheço é um ritmo espontâneo e impessoal que move a vida. Você não tem controle sobre esse mover, mas você pode sentir esse ritmo, pode se deixar levar por ele, mas nunca por nenhuma hipótese você poderá controlá-lo.
Diante desse processo de se reconhecer como amor, mergulhar na liberdade como a essência do amor, será inevitável. É na reflexão profunda sobre a liberdade, que o amor em sua expressão mais plena, vai transformar toda sua forma de ver, e naturalmente sua forma de sentir, e se relacionar.
Existem pontos como a possessividade e o ciúme que são importantes serem olhados. É aqui, que como nas batidas do coração, você assume um nível interativo no mover impessoal do amor.
Você não precisa se esforçar para ver o ciúme e a possessividade, não precisa eleger isso como uma busca. Você só precisa ser honesto cada vez que eles vibrarem em você, e não tentar esconder, ou consertar, projetando a causa do seu sentir para fora de você.
O amor é a sua natureza que simplesmente já flui. A questão é se permitir olhar para aquilo que, nas relações, é o contrário do amor, e bloqueiam a experiência plena do amor em seu aspecto mais puro, que é a liberdade.
Se propor a refletir com profundidade sobre amor e liberdade, vai abrir novos espaços dentro de você. Vai fazer você ver coisas que não vai mais ter como “desver.”
O amor te transforma para sempre, mas ao mesmo tempo não te cobra nada.
Então vai com calma, não tenha pressa, por que esse é um caminho sem volta.
E por mais difícil que seja olhar para o ciúme, para a possessividade, para as carências, e para a necessidade de ser exclusivo, é olhando para isso, através da maior visão que for possível você conceber, sobre amor e liberdade, que a sua parte de autonomia e interatividade, no mover impessoal do amor florescerá.
Olhe, não desvie o olhar… o amor vai transformar!
Ananda Xela
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