Meu olhar sobre o tema “mães narcisistas”
Amados,
estou recebendo muitas mensagens pedindo para eu falar sobre mães narcisistas. Como eu já disse, o tema é denso, me exige descer em frequência, mas em meditação recebi a guiança clara de compartilhar algumas coisas com vocês. Então, como todo amor que Somos, vamos lá!
Quando eu falo que o tema é denso, trata-se do campo que está se criando em volta disso. Tudo é energia e sei que certamente vocês podem sentir.
Em minha percepção, essa densidade se dá ao fato de muitas pessoas estarem aderindo a essa teoria como forma de encontrar um culpado para suas dores. E culpa é uma das frequências mais baixas que existem.
Ainda sobre isso, vale lembrar de algo que falo muitas vezes. A sombra de muitos trabalhos terapêuticos é essa: depois que compreendemos nossos núcleos de dor, nos confortamos ao encontrar uma justificativa, ou seja, um culpado. Isso eu chamo de desserviço para a cura.
É um fato que muitos não experimentaram o ideal de amor materno, é fato que muitas mães deixam suas próprias feridas sangrarem sobre seus filhos, mas tenham certeza: todo ser humano está fazendo o melhor que pode com a consciência que tem no momento.
Assim, só nos resta nos rendermos ao movimento natural do amor que nos leva a dois movimentos essenciais:
- Tomar consciência de que, mesmo em condições precárias de amor e afeto, você sobreviveu. Agora, adulto, com bem mais recursos e clareza do que você tinha na infância, você e só você pode acolher a criança ferida que te habita. Aqui começa sua jornada de amor próprio.
- Com sua criança acolhida, você experimenta a liberdade da autorresponsabilidade. Então, agora será possível olhar mais uma vez para o seu sistema familiar e tomar a vida assim como ela lhe chegou, sem exigir mais nada. Aqui começa sua jornada de gratidão pela Vida!
[É exatamente sobre esses dois movimentos que falo no Movimento do Amor].
Pesquisei algumas coisas sobre o tema e infelizmente o que mais tenho visto é uma postura contrária a isso: “Estou aliviada por saber que a culpa era dela e não minha”.
Sintam essa frase: “Estou aliviada por saber que a culpa era dela e não minha”. Há autorresponsabilidade e gratidão aqui? Ou apenas conforto em encontrarmos um culpado para as nossas dores?
É por isso que “mães narcisistas” trata-se de um tema denso, pois ele transita primordialmente na culpa, e corrobora a exclusão daquele que nos deu a vida.
Sabe, nossa alma pediu por uma experiência humana, e uma mulher e um homem disseram: Sim, eu trago você.
O que tem mais força? Reconhecer que nossa mãe não cumpriu o ideal materno e foi narcisista, ou reconhecer que essa mulher, em meio a tantas feridas, ainda assim se dispôs a fazer um dos trabalhos mais lindos da existência: passar a vida à frente?
Não responda isso para mim, não quero convencer ninguém de nada. Estou apenas mostrando a vibração de cada movimento. Cada um é livre para fazer a sua escolha.
Por último, posso dizer que vejo beleza em tudo. Todo trabalho tem um propósito neste mundo. Honro quem tenha vivido essas dores e esteja intencionalmente desejando ajudar outras pessoas.
Apenas alerto para algo aqui: quando colocamos um trabalho como esse em movimento, temos uma responsabilidade enorme! E se você sente de ajudar pessoas a desatarem os nós de um relacionamento familiar, saiba que um trabalho baseado na culpa – ainda que você a disfarce em suas palavras – é, no fundo, um desserviço para a cura.
Só a gratidão liberta um sistema familiar.
Tatiane Guedes