Terapia e Não-dualidade
Há décadas e décadas temos acreditado que o objetivo primordial do processo terapêutico é o auto aprimoramento e melhoramento pessoal. Com base nisso, as pessoas buscam métodos, técnicas e fórmulas que garantam uma suposta evolução pessoal. No entanto, ainda que essa abordagem possa trazer alguns benefícios, ela não dá conta da equação fundamental “Quem Sou Eu Realmente?”; do contrário, a ideia de uma possível “melhor versão” sustenta a ignorância fundamental: a crença de ser alguém separado.
Porém, quando a pergunta essencial “Quem Sou Eu Realmente?” começa a incendiar a mente e o coração, e um processo honesto e sincero de auto investigação começa a acontecer, nota-se que tudo o que se pensava ser eram apenas pensamentos, e que a ideia de auto aprimoramento nutre o sofrimento provindo da eterna sensação de “não ter chegado ainda”.
Quando o apontamento não-dual “Você já é o que busca, você é a fonte, você é o Ser” toca o nosso mais íntimo e deixa de ser meramente um conceito, percebemos que o campo terapêutico é, na verdade, um espaço de dissolução da ideia de sermos um buscador de sua “sua melhor versão”, e um espaço que acolhe todas as in-forma-ações (pensamentos, emoções, memórias) que estão sustentando esse senso de identidade.
Um processo terapêutico a partir do olhar não-dual serve para preparar a mente para o re-conhecimento daquilo que você já É, e é o espaço onde vásanas e samskaras (condicionamentos inconscientes) podem, enfim, repousar. Neste repouso, o Ser que Somos, sempre fomos e seremos pode, enfim, ser re-conhecido.
Essa jornada de autoconhecimento não é sobre tornar-se algo ou alguém, mas sobre re-conhecer o que você já É, e viver a partir deste puro Saber.
Tatiane Guedes ༄ Sathya Ma
Assista à palestra: “O campo terapêutico em uma perspectiva não-dual”
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